O promotor do diálogo inter-religioso recebeu o prêmio das mãos da vereadora Laura Vilagrà
“Num mundo de notícias falsasde discursos de ódio, de violência, de injustiças e manipulações, e num mundo onde a espiritualidade é desprezada e desacreditada, devemos estar o antídoto para a falsidade e a calúnia“. Estas foram as palavras de Elisabeth Attar Lheure, membro da Comunidade Bahá’í de Barcelona e promotora do diálogo inter-religioso, durante o discurso de agradecimento que proferiu na última quarta-feira após receber o 10º Prêmio Cassià Just Memorial.
O Memorial, que reconhece pessoas ou instituições que contribuem para cconstrução de um espaço comum e de uma pluralidade de opções religiosasreconheceu Lheure pelo seu compromisso em favor do direito à liberdade de pensamento, de consciência, de religião, do diálogo inter-religioso e interconvictivo.
Lheure, que desenvolveu a maior parte do seu trabalho na Catalunha através doAssociação Unesco para o Diálogo Inter-religiosoo Centro Unesco da Catalunha, a Comunidade Bahá’í, o Grupo Monástico de Diálogo Inter-religioso e diferentes instituições internacionais, encorajados a continuar promovendo o “cooperação, justiça, liberdade de crença e direitos humanos”.
A cerimónia de entrega do prémio foi presidida pela Conselheira da Presidência, Laura Vilagrà i Pons, que elogiou o empenho de Lheure na promoção “de uma cultura de paz e de direitos humanos através do diálogo inter-religioso” que permitiu “criar as condições para uma humanidade partilhada viável”. Neste aspecto, Vilagrà reiterou o compromisso do Governo na “promoção do diálogo e da harmonia entre as religiões” e defendeu que “a diversidade de posições e formas de conceber a espiritualidade e a religião nos enriquece como sociedade e como país”.
A cerimónia contou ainda com a presença do Director Geral dos Assuntos Religiosos, Carlos Armengol “Hora encarna de forma ampla e fiel os valores que o Memorial quer destacar, valores como a defesa da liberdade religiosa, o pleno exercício dos direitos humanos e o diálogo inter-religioso como caminho para a paz”, sublinhou Armengol no início do evento.
O diretor-geral de Assuntos Religiosos quis estender este reconhecimento institucional a Lheure também à Comunidade Bahá’í, presente em Barcelona desde 1949, por “a sua luta pela liberdade, especialmente pela liberdade das mulheres”.
Ele também participou do evento David Casalsjornalista e membro da Associação da UNESCO para o Diálogo Inter-religioso, e Katya Evoghlicantor iraniano exilado em Girona após sofrer represálias e perseguições do regime teocrático do Irã.
O concurso homenageia Cassia Just e Riba, abade de Montserrat entre 1966 e 1989, que se destacou pela defesa dos direitos humanos e da personalidade catalã, mantendo a projeção nacional e internacional da abadia. Nas edições anteriores, o Padre Joan Botam, o Padre Jean Jacques Pérennès, a Federação Internacional da Acção Cristã para a Abolição da Tortura, o Cardeal Carlo M. Martini, a Irmã Teresa Losada, a Comunidade Filipina foram premiados pela Escola Nossa Senhora de Lourdes, o Comunidade de Taizé e a Associação da UNESCO para o Diálogo Inter-religioso.