As contribuições recebidas pela organização «têm proporcionado conforto a inúmeras vítimas»
A guerra na Ucrânia e o catastrófico terramoto na fronteira entre a Síria e a Turquia, o perseguição sangrenta às comunidades cristãs no Paquistão, no Médio Oriente, na Nigéria e noutros países africanos tingiu o mundo de sofrimento no ano de 2023.
É o que nota a Ajuda a l’Església Necessitada (ACN, na sigla em inglês) no seu Relatório 2023, apresentado esta quinta-feira em Madrid e no qual a fundação pontifícia pôde constatar que a generosidade dos seus quase 360 mil benfeitores “deram conforto a inúmeras vítimas”, respondendo aos pedidos de ajuda que lhes foram feitos ao longo do ano.
Uma resposta que, explicada em números, resultou em 143,7 milhões de euros que serviram para financiar um total de 5.573 projetos pastorais e emergenciais em 1.235 dioceses de 138 paísesconforme detalhado hoje pela fundação pontifícia,
A Ucrânia, com 7,5 milhões de euros, foi o país que recebeu mais ajuda durante o anoenquanto o apoio à Europa de Leste ascendeu a 14,3% do orçamento total da entidade.
Por outro lado, a Igreja em África recebeu quase um terço da ajudaa, devido ao aumento das vocações e da violência islâmica. Na América Latina, a ajuda foi de 15,3%. A Ásia, por sua vez, recebeu 17,3% e o Oriente Próximo 19,1%. Neste ponto, a organização recordou a resposta “imediata” dada pelos benfeitores à guerra que se trava na Terra Santa desde o passado dia 7 de outubro.
O número de benfeitores da AIS em todo o mundo através de doações e legados atingiu 359.920 em 2023. A sua contribuição permitiu, entre outras iniciativas, financiar 216 projetos de emergência, 969 projetos de construção e reconstrução; a formação e apoio de mais de 20.000 capelães, religiosos e religiosasa compra de mais de 1.000 veículos e a publicação de 700 mil Bíblias e livros religiosos em línguas indígenas.
Olhando para o futuro imediato, a ACN manifestou a intenção de continuar a “seguir oassistência pastoral e psicológica a pessoas traumatizadas pela guerra e pela perseguição“e 2intensificar a ajuda no Sahel”, face à violência jihadista contra os cristãos naquela região.
“É uma bênção para todos nós que fazemos parte da ACN ver que a ponte de ajuda mútua que se estabelece entre a Igreja sofredora e o resto da Igreja universal torna-se mais amplo, mais sólido e mais fraterno a cada ano”, conclui a fundação pontifícia.