O Papa Francisco cumprimentou Teodoro II, Papa de Alexandria e patriarca do Seu de Sant Marc hoje, quarta-feira, 10 de maio. O encontro aconteceu na Praça de São Pedro, no Vaticano, no âmbito da audiência geral de quarta-feira e serviu para celebrar o “Dia da Amizade Copta-Católica”, que há dez anos é comemorado para recordar o encontro entre o Papa Paulo VI e o Papa Shenouda. III em 1973.
“Esse foi o primeiro encontro entre um bispo de Roma e um Patriarca da Igreja Copta Ortodoxa, que culminou com a assinatura de um acordo memorável declaração cristológica conjunta no dia 10 de maio”, enfatizou o Papa Francisco por ocasião do 50º aniversário daquele encontro histórico com o qual os líderes da Igreja Católica e da Igreja Copta iniciaram um diálogo e um caminho comum
Francisco expressou a grande alegria com que recebeu a visita de Teodoro e a delegação que o acompanhou. “Agradeço-vos por aceitardes o convite neste duplo aniversário e rezo para que a luz do Espírito Santo ilumine a vossa visita a Roma, os importantes encontros que aqui terão e, sobretudo, as nossas conversas pessoais”, expressou o Papa dirigindo-se o líder copta, agradecendo-lhe o seu “compromisso em favor da crescente amizade entre a Igreja Copta Ortodoxa e a Igreja Católica”.
“Santidade, queridos bispos e todos os amigos”, continuou Francisco, “convosco imploro a Deus Todo-Poderoso, por intercessão dos santos e mártires da Igreja Copta, que nos ajude a crescer na comunhão, num único e santo vínculo de fé, esperança e amor cristãos“. O pontífice também lembrou e reconheceu como seus os 21 mártires coptas mortos pelo Daesh numa praia na Líbia, em 15 de fevereiro de 2015.
As características peculiares desta audiência, na qual o Papa Francisco também saudou uma o arcebispo de Barcelona Joan Josep Omella e seu bispo auxiliar David Abadíasimpediram a leitura da 13ª edição do ciclo de catequeses sobre o zelo apostólico (texto completo abaixo), que hoje consistia numa glosa sobre o jesuíta Francisco Xavier, “o maior missionário dos tempos modernos, e é o patrono da Igreja Católica”. missões”.
Texto da audiência geral
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Continuando o nosso itinerário com alguns modelos exemplares de zelo apostólico, encontramos hoje a figura de São Francisco Xavier, que é justamente considerado o maior missionário dos tempos modernos e é o padroeiro das missões católicas.
Francisco nasceu numa família nobre mas empobrecida em Navarra, no norte de Espanha, em 1506. Estudará na Universidade de Paris para obter uma comissão eclesiástica bem remunerada que garantirá o seu futuro. Ele é um jovem simpático e inteligente, se destaca nos esportes e nos estudos. Em sua escola ele encontra um colega mais velho e um tanto especial: Inácio de Loyola. Tornaram-se grandes amigos, e Inácio ajuda Francisco a viver uma nova e profunda experiência espiritual, uma verdadeira conversão para se libertar de toda ambição e dedicar-se sem reservas ao serviço de Deus, amando e seguindo Jesus Cristo. No final dos estudos, com alguns outros amigos vão a Roma e colocam-se à disposição do Papa para as necessidades mais urgentes da Igreja no mundo. No início eram dez e decidiram chamar-se “Companhia de Jesus”.
Estamos no tempo em que os horizontes se expandem desde a Europa cristã até aos confins desconhecidos do mundo. Novos continentes, descoberta de povos que ainda não ouviram falar do Evangelho de Jesus Cristo. O Rei de Portugal pede ao Papa que envie alguns Jesuítas para as Índias Orientais; entre eles está também Francesc Xavier. Assim começa o primeiro de um grande grupo de missionários apaixonados, preparados para suportar imensos cansaços e perigos, para chegar a terras e encontrar povos de culturas e línguas completamente desconhecidas, movidos apenas pelo forte desejo de dar a conhecer Jesus Cristo e o seu Evangelho, e assim “salvar”, levando Deus e o seu verdadeiro bem a tantas pessoas.
Xavier é nomeado Núncio Apostólico, ou seja, representante do Papa Paulo III junto aos governantes das chamadas Índias. Em pouco mais de onze anos ele criará uma obra extraordinária. As viagens de barco naquela época eram muito difíceis e perigosas. Muitos morreram na viagem devido a naufrágios ou doenças. Xavier passa mais de três anos e meio nos navios, um terço da duração da sua missão.
Chegando a Goa, na Índia, capital do Oriente português, Xavier instala a sua base, mas não pára por aí. Ele evangelizará os pobres pescadores da costa sul da Índia, ensinando catecismo e orações às crianças, batizando e cuidando dos enfermos. Mais tarde, durante uma oração noturna diante do túmulo do apóstolo São Bartolomeu, ele sente que deve ir além da Índia. Deixa em boas mãos a obra já iniciada e zarpa corajosamente para as Molucas, as ilhas mais distantes do arquipélago indonésio, onde em dois anos de trabalho fundou várias comunidades cristãs. Coloque o catecismo em versos na língua local e ensine como cantá-lo. Em suas cartas entendemos bem quais são seus sentimentos. Ele escreve: “Os perigos e os sofrimentos, aceitos voluntária e unicamente por amor e serviço de Deus nosso Senhor, são ricos tesouros de grandes consolações espirituais. Aqui em alguns anos você poderá perder os olhos por causa de muitas lágrimas de alegria!” (20 de janeiro de 1548).
Um dia, na Índia, ele é um japonês, que lhe conta sobre o seu país distante, onde nenhum missionário europeu tinha estado antes. Xavier decide partir o mais rápido possível, e chega depois de uma viagem cheia de aventuras no junco de um chinês. Os três anos no Japão são muito difíceis, por causa do clima, das oposições e do desconhecimento da língua, mas também aqui as sementes plantadas darão grandes frutos.
No Japão Xavier entendeu que o país decisivo para a missão na Ásia era outro: a China. Com a sua cultura, a sua história, a sua grandeza, exerceu efectivamente uma predominância nesta parte do mundo. Por isso regressa a Goa e logo a seguir embarca novamente na esperança de entrar na China, mesmo estando esta fechada a estrangeiros. Mas seu plano falha: ele morreu na pequena ilha de Shangchuan, esperando para desembarcar no continente, perto de Cantão. Em 3 de dezembro de 1522, completamente abandonado, apenas com ele um chinês para vigiá-lo. Assim termina a viagem terrena de Francisco Xavier. Tinha quarenta e seis anos, mas os seus cabelos já estavam brancos, as suas forças tinham sido gastas, entregues sem reservas ao serviço do Evangelho.
A sua intensa atividade esteve sempre ligada à oração, à união com Deus, mística e contemplativa. Onde quer que estivesse, cuidava muito bem dos doentes, dos pobres e das crianças. O amor de Cristo foi a força que o levou aos confins, com fadiga e perigo constantes, superando fracassos, decepções e desânimos, ainda mais, dando conforto e alegria para segui-lo e servi-lo até o fim.