Com choque e raiva, o cardeal inaugura serviços vitais para as pessoas afetadas pela guerra
O Cardeal Konrad Krajewski viajou para Ternopil, Ucrânia, para entregar uma ambulância equipada como centro móvel de reanimação no hospital distrital de Zboriv. Esta doação inclui também medicamentos essenciais fornecidos pela Farmácia Vaticano e pela Farmácia Policlínica Gemelli, como sinal do amor e da esperança que o Papa quer transmitir ao povo ucraniano, que desde fevereiro de 2022 vive sob a invasão do exército de Rússia
Durante a sua visita, o esmoler apostólico passou de manhã cedo pelo cemitério de Ternopil, onde viu os túmulos de muitos jovens soldados que morreram na guerra, alguns com apenas 20 anos de idade. Estas imagens comoveram-no profundamente e causaram-lhe grande raiva, questionando por que razão os jovens ainda morrem nas guerras no ano de 2024.”O injustiça que o mundo continue a produzir armas enquanto estes jovens perdem a vida”enfatizou o cardeal em declarações aos meios de comunicação do Vaticano.
A emoção do cardeal aumentou ao ver uma jovem, grávida, diante do túmulo do marido. Krajewski refletiu sobre a dificuldade de aplicar a misericórdia em momentos como este, apesar de reconhecer que “a misericórdia é o segundo nome de Deus e supera a justiça”. Apesar de sua raiva inicial, ele descobriu consolação nas litanias do Sagrado Coração, lembrando “Não posso julgar segundo os critérios do mundo“.
Além de entregar a ambulância, Krajewski inaugurou um centro de reabilitação dedicado a João Paulo II em Kamyanets-Podilskyydestinado à recuperação integral de soldados e famílias afetadas pela guerra. Este centro oferece apoio físico e psicológico para ajudá-los a retomar a vida, seguindo o ensinamento de João Paulo II de que os amigos são aqueles que nos tornam pessoas melhores.
Finalmente, Krajewski anunciou que irá a Lviv, onde pretende visitar várias comunidades para “levar-lhes uma mensagem de esperança e apoio do Papa”. Ele lembrou que desde o início do conflito, “Roma enviou 240 caminhões com remédios, alimentos e roupas para a Ucrâniacomo testemunho de amor e solidariedade para com quem sofre”. Apesar da situação terrível e dos ataques contínuos, ele destacou a gentileza e o apoio das pessoas que ajuda há meses.