O Cardeal Parolin destaca o papel ético e moral das religiões na ação global contra as alterações climáticas

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“É preciso educar as novas gerações para utilizarem os recursos do planeta de forma diferente”

O papel das religiões é fundamental na acção global contra as alterações climáticas. Foi o que afirmou o cardeal e secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, na última segunda-feira, 6 de novembro, durante sua visita a Abu Dhabi, onde se encontrou com trinta líderes religiosos de todo o mundo na ocasião de Cimeira Global da Fé sobre as Alterações Climáticas.

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Durante a reunião, representantes das principais comunidades e tradições religiosas do mundo assinaram uma declaração inter-religiosa para reiterar o compromisso das suas respetivas comunidades em trabalhar para travar as alterações climáticas e pedir aos líderes políticos que adotem medidas concretas na próxima cimeira do clima (COP28), que terá lugar no Dubai entre 30 de novembro e 12 de dezembro com a presença proeminente do Papa Francisco.

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Apesar de reconhecer que as alterações climáticas são “uma questão secular”, uma vez que são os políticos e os cientistas que a tratam, Parolin alertou que a questão tem uma dimensão ética e moral que estimula o envolvimento dos líderes religiosos. “Penso que nesta matéria um líder religioso tem voz para dizer algo e acrescentar motivação aos atuais esforços do mundo para enfrentar o problema”, enfatizou o cardeal.

O número dois da Santa Sé sublinhou mais uma vez o interesse do Papa Francisco pela questão das alterações climáticas, interesse confirmado pela publicação, em 2015, do Laudato sim‘. “Esta encíclica foi verdadeiramente um ponto de referência para muitos líderes mundiais e para muitos governos na COP de Paris, quando assinaram o acordo sobre as alterações climáticas, e agora o Papa publicou o Laudate Deumque é um documento que busca atualizar a Laudato si’”, lembrou Parolin.

Mudanças no estilo de vida e na educação

O cardeal italiano reiterou também que a Santa Sé “está interessada em todos os aspectos do problema”, desde “a redução das emissões de gases com efeito de estufa” até “o problema da subida do nível do mar”. No entanto, destacou que a atenção da Igreja está centrada principalmente em dois aspectos fundamentais. O primeiro tem a ver com o estilo de vida da sociedade do primeiro mundo. “É preciso investir mais dinheiro para enfrentar o problema, mas não basta”, explicou Parolin. “O que realmente precisamos – acrescentou – é mudar o nosso modo de vida para não danificar a Criação, não danificar a natureza, mas ser administradores responsáveis ​​dela, como disse o Papa: esta é a tarefa que Deus confiou à humanidade quando ele o criou”.

O outro factor-chave para a Santa Sé enfrentar as alterações climáticas tem a ver com a educação. Segundo Parolin, é necessário educar as novas gerações para usar os recursos deste mundo de uma maneira diferente. “Este é um compromisso universal e mundial da Santa Sé”, disse ele. Retomamos assinando também o Acordo de Paris. Este foi precisamente o ponto sublinhado pela Santa Sé, porque também nós desempenhamos o nosso papel neste compromisso, no que diz respeito à Cidade do Vaticano, e nesta fase podemos tomar algumas medidas concretas. Naturalmente que o nosso Estado é pequeno, não temos um impacto significativo no fenómeno, mas acreditamos que podemos dar um grande contributo no sentido de educar as novas gerações no uso correcto dos recursos deste mundo”.

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