O governo iraquiano anulou o decreto que o reconhece como o líder máximo da Igreja Caldeia
o cardeal Louis Rafael Sakolíder supremo dos católicos de rito caldeu, decidiu deixar a sede patriarcal em Bagdá para se instalar num mosteiro no Curdistão iraquiano. Chefe da Igreja Caldéia, Igreja Católica Oriental em plena comunhão com Roma, Sako tomou esta decisão depois que o presidente iraquiano Abdul Latif Rashid deixou sem efeito o decreto oficial que o reconhece como o líder máximo deste Igreja que representa dois terços dos cristãos no Iraque.
“Esta decisão do presidente da república de retirar o decreto republicano não tem precedentes na história do Iraque”, disse Sako, que garantiu que estas medidas do governo fazem parte de uma “campanha deliberada e humilhante contra ele”. Numa carta aberta dirigida ao Presidente Rashid, o patriarca também denunciou que esta decisão supõe um ataque a toda a comunidade cristã no Iraque e avisou que se o decreto não for retirado ele abrirá um processo judicial contra ele.
O anúncio causou rejeição entre vários partidos e movimentos cristãos iraquianos, como o Movimento Democrático Assírio, o Conselho Popular Caldeu Siríaco Assírio, a União Patriótica Betnahrain, o Partido Nahrain Sons e o Partido Patriótico Assírio. Conscientes de que o decreto significa que Sako deixa de ser o administrador máximo dos bens eclesiásticos da Igreja Caldeia no Iraque, estas formações – que representam os Caldeus, Sírios e Assírios – alertaram que “este decreto permitirá a manipulação de bens eclesiásticos por partidos influentes e corruptos com a clara ambição de praticar expropriações”.
Como resultado desta reacção, a presidência do Iraque emitiu um comunicado no qual sublinhou que esta decisão “não afecta o estatuto religioso ou jurídico do Cardeal Sako, uma vez que foi nomeado como tal pelo Vaticano”.