Francisco, em ‘CBS News’: “Se a Igreja põe uma alfândega na porta, deixa de ser a Igreja de Cristo”

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O pontífice fala sobre críticas ao seu pontificado, antissemitismo ou abusos na Igreja

“Se a Igreja põe um costume à porta, deixa de ser a Igreja de Cristo”. Com estas palavras o Papa Francisco referiu-se abra as portas do catolicismo a todosalém de seus sentimentos, em entrevista transmitida no último domingo pelo canal americano CBS Notícias e gravado em 24 de abril no Vaticano. Quando questionado sobre a decisão de aprovar a bênção de casais do mesmo sexo, Francisco esclareceu que não autoriza a bênção da sua união porque “isto não é o sacramento”, mas sim para abençoar pessoas numa união do mesmo sexo: “As bênçãos, ” ele disse- eles são para todos“.

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Nesta entrevista, realizada pelo jornalista Norah O’Donnell, o pontífice também foi questionado sobre as críticas que recebe continuamente de alguns bispos conservadores, especialmente nos Estados Unidos, aos seus esforços para reformar a Igreja. “Um conservador é alguém que se apega a algo e não o faz. Quero ver além. É uma atitude suicida”, afirmou o Papa antes de sublinhar que “há uma diferença importante entre ter em conta a tradição e estar trancado em uma caixa dogmática“.

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O pontífice também se referiu ao antissemitismo como uma “má ideologia” e acrescentou que “tudo o que é ‘anti’ é mau”. “Você pode criticar um governo ou outro, o governo de Israel, o palestino, você pode criticar tudo o que quiser, mas não seja ‘anti’ contra as pessoas. Nem antipalestiniano nem antissemita”, considerou.

“Há uma diferença importante entre considerar a tradição e estar trancado em uma caixa dogmática“.

Num outro momento, o Papa destacou o papel fundamental da mulher na Igreja e destacou que “a Igreja é mãe, e as mulheres, na Igreja, são quem ajudam a acelerar esta maternidade”. Bergoglio lembrou também que as mulheres eram as únicas que eles não abandonaram Jesus durante sua crucificaçãoenquanto os homens escapavam.

Na entrevista não faltaram menções à questão dos abusos na Igreja, crime que, para o Papa, “não pode ser tolerado“. Ao mesmo tempo garantir que é preciso continuar a “fazer mais”, porque “infelizmente a tragédia dos abusos é enorme” e é preciso garantir que isso não só seja punido, mas que nunca mais volte a acontecer.

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