O Patriarcado Latino de Jerusalém condena o ataque à Escola da Sagrada Família em Gaza

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“O complexo sofreu dois ataques, várias pessoas morreram e muitas ficaram feridas”, diz Gabriel Romanelli

O Patriarcado Latino de Jerusalém condenou o ataque aéreo “aparentemente cometido” pelas forças israelenses contra a Escola da Sagrada Família na Cidade de Gaza, que ocorreu na manhã de domingo, 7 de julho. De acordo com os primeiros relatos, pelo menos quatro pessoas perderam a vida neste ataque, incluindo um alto funcionário da administração do Hamas, Ihab al-Ghusain, vice-ministro do Trabalho do grupo.

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Os militares israelenses afirmaram que o complexo escolar estava sendo usado como esconderijo para militantes e para fabricar armas, e afirmou ter tomado medidas para minimizar os danos aos civis. Este incidente ocorreu pouco depois de outro ataque israelita a uma escola gerida pela ONU, no qual 16 pessoas foram mortas e 75 feridas, incluindo trabalhadores da UNRWA.

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Desde o início do conflito em Gaza, em 7 de Outubro, milhares de palestinianos procuraram refúgio em infra-estruturas civis, mas Israel acusa o Hamas de usar esses locais para se esconder. O Patriarcado condenou “qualquer ação beligerante que não garanta a proteção dos civis” e apelou ao fim imediato da violência e da catástrofe humanitária.

A escola é uma das instituições católicas mais importantes da região e está localizada no bairro Rimal, a cerca de quatro quilómetros da freguesia da Sagrada Família de Gaza, onde cerca de 500 pessoas se refugiaram desde o início da invasão militar da Faixa. “A escola foi atingida duas vezes, várias pessoas morreram e muitas ficaram feridas”, explicou Gabriel Romanelli, reitor da igreja, em entrevista aos meios de comunicação do Vaticano.

Segundo Romanelli, o ataque atingiu uma estrutura que nos últimos meses “acolheu milhares de refugiados que já não têm nada” e “não é fácil saber quantas pessoas estavam no complexo no momento exato dos ataques”.

Na entrevista, com voz consternada, Romanelli disse ainda que há poucos dias o Exército pediu para evacuar cinco bairros localizados a 100 metros da freguesia e, logo após o pedido, as bombas começaram a cair. “Ouvimos fortes explosões e muitos estilhaços também chegaram à nossa área. Há sempre muito medo”, disse.

O Papa Francisco e a Santa Sé, juntamente com as Nações Unidas, apelaram repetidamente à protecção dos civis no conflito. Recentemente, a Comissão de Justiça e Paz da Terra Santa rejeitou o argumento da “guerra justa” utilizado para justificar a destruição e morte de civis, denunciando a situação actual como uma tragédia humanitária.

O Patriarcado Latino de Jerusalém, por sua vez, pediu para rezar para que “as partes cheguem a um acordo que ponha fim imediato ao horrível banho de sangue e à catástrofe humanitária na região”.

Interior da freguesia da Sagrada Família de Gaza | Foto: Patriarcado Latino de Jerusalém

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