Pe. Ibrahim Faltas, preocupado com um possível surto de violência na Cidade Santa
“Depois de 160 dias de guerra aberta, a Terra Santa, chocada pela violência, nenhuma solução possível é vista para o conflito”. Estas são as palavras do Pe. Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa, que na primeira sexta-feira de oração do Ramadã em Jerusalém, ele notou a forte tensão na Cidade Santa das três grandes religiões monoteístas.
Uma tensão que, na opinião dos religiosos franciscanos, aumentou ainda mais com a decisão do governo de Israelimpor restrições aos palestinos da Cisjordânia que desejam entrar em Jerusalém e a Esplanada de les Mesquites, durante as orações do Ramadã. “Hoje é a primeira sexta-feira do Ramadão e o dia sagrado do Islão, os fiéis costumam ser mais numerosos no Templo, mas a cidade velha não lhes será acessível”, lamentou Faltas em declarações à agência. SENHOR.
Outro fator que contribuirá para aquecer o ambiente da Cidade Santa, onde o governo israelense enviou milhares de policiais nas últimas horas, será o apelo que o Hamas lançou aos palestinianos da Cisjordânia, convocando-os para uma marcha em direção à Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, para “quebrar as correntes do seu cerco”. Um apelo que, segundo Faltas, significará muito provavelmente uma “mobilização contundente” contra a “agressão sionista” em “todas as áreas de apoio em Gaza, Jerusalém e na Mesquita de Al-Aqsa”.
Restrições também para a comunidade cristã
A situação dos cristãos também é complicada neste ambiente turbulento. A poucos dias do início da Semana Santa, o Pe. Ibrahim Faltas lamentou que isso acontecesse. Os cristãos na Cisjordânia também não poderão ir a Jerusalém para orar e não poderão acompanhar a procissão do Domingo de Ramos. “Os ritos da Semana Santa e da Páscoa são aguardados pelos cristãos palestinos porque são momentos importantes de fé e unidade, mas até agora nenhuma permissão foi concedida. E no final de abril será Pessah, a Páscoa judaica”, explicou o religioso.
Faltas também lembrou que os franciscanos percorrem a Via Dolorosa todas as sextas-feiras para rezar a Via Sacra, que durante a Quaresma é seguido principalmente por peregrinos e cristãos locais. “Nesta sexta-feira, por razões de segurança e para evitar novos confrontos na Cidade Velha, não faremos a Via Sacra”, confessou o franciscano, lembrando que a guerra em curso está a tomar o difícil convivência dos fiéis das três religiõesjudeus, cristãos e muçulmanos, que têm, explica o vigário da Custódia, “os seus lugares santos concentrados no espaço da cidade velha”.