“O sentido de missão implícito nas peregrinações vive nas horas vagas da Terra Santa”

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José Manuel Gude radiografa a situação das romarias no meio de ações para as reativar

Ore, ajude à distância e peregrinação à Terra Santa. São os três remédios mais difundidos para que pessoas de todo o mundo contribuam com o seu grão de areia para a restauração da paz na guerra sangrenta que continua a abalar a Faixa de Gaza. Uma batalha que, desde o passado dia 7 de Outubro, causou um número catastrófico de mortos e locais destruídos, e que, colateralmente, também causou taxas de desemprego sem precedentes em cidades israelitas como Jerusalém, “onde, apesar de tudo, vivemos afastado da essência feroz do conflito armado“, como indicado José Manuel Gude (Santa Eugénia de Ribeira, Galiza, 1971), membro da agência de peregrinação Terra Dei e membro do Opus Dei.

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Gude, que é diretor de desenvolvimento de negócios desta empresa fundada em 2003 pelo casamento formado por Fabien Safar e Claire Safar, mantém esta opinião desde o início da barbárie que rompeu com a aparente normalidade que se vivia nesta e em outras regiões vizinhas. : “Da nossa empresa chegamos à conclusão que o que devemos fortalecer neste momento é um sentido de missão implícito nas peregrinações, que nos últimos meses tem vivido em horários baixos”, aponta. Refere-se a uma atitude adoptada principalmente pelas comunidades judaicas e protestantes em todo o mundo, “que vêm porque sabem que eles vão ajudar seus irmãos“, mas menos ainda, diz ele, para os católicos.

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José Manuel Gude, fotografado em frente à Porta Nova da Cidade Velha de Jerusalém. | Rendeu-se

“Gestos como Matteo Zuppi abrem os olhos do mundo”

Gude tem uma visão muito específica da realidade israelense depois de fazer da terra do Senhor seu local de residência desde 2008, e é por isso que ele é capaz de matizar qualquer foco de atenção da mídia que desorientar aqueles que assistem à guerra de fora: “Os meios de comunicação também tendem a fazer histórias com mensagens imprecisas e, por exemplo, não se concentram muito nos quase 80 mil muçulmanos deslocados que permanecem nas nossas cidades, que estão principalmente em hotéis, gerando uma despesa elevada para Israel”, confirma. . A informação gerada é a chave para o reativação de peregrinações: “É por isso que existem gestos concretos para fazer o mundo abrir os olhos”.

Um grupo de peregrinos, no Monte das Oliveiras, em Jerusalém. | Custódia da Terra Santa

Um destes gestos foi o que motivou, de 13 a 16 de junho, o cardeal Matteo Zuppi e 160 outros cristãos de toda a Itália. Foi uma peregrinação que, como muitas das que vimos nestas semanas com conta-gotas em cidades como Jerusalém (longe do quase quatro milhões de 2019 peregrinos em toda a Terra Santa), “vencer o medo preliminar que se gera, hoje em dia, quando se fala destas terras”, diz Gude antes de sublinhar que “seria bom que o Papa, num futuro não muito distante, também decidi fazer isso“.

Depois de durante os primeiros seis meses do conflito – e da escassez de aviões aterrarem em Israel – o governo ter beneficiado empresas do sector do turismo com ajuda económica, “muitos trabalhadores estão agora sem nenhum rendimento, e estão optando por sair do país ou reorientar o emprego”, admite Gude. Mas a questão afecta além do mundo que opera com as pessoas que visitam a Terra Santa: “Um joalheiro disse-me que, do jeito que as coisas estão, quase ninguém tem em mente comprar uma joia”, diz o galego, que termina observando como a cultura católica é capaz de resolver a situação: “O substrato cristão que temos para resolver conflitos, em pequena ou grande escala, não é suficientemente valorizado, e isso deve ser afirmado, aqui“, conclui.

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