Um argentino faz artesanalmente os sorvetes que são comprados na residência papal
Há uma rua que, além de unir Roma e o Vaticano, é por onde o Papa Francisco percorreu inúmeras vezes no seu Fiat Cinquecento desde o início do seu pontificado. É sobre o Via Gregório VIIque leva o nome do 157.º pontífice da Igreja Católica (o actual é o 266.º) e se torna, sempre que o carro do Papa entra ou sai da Casa de Santa Marta escoltado pela polícia, em cena de vivas e aplausos por turistas, vizinhos e donos de restaurantes localizados nesta rua.
É também a rua onde – a 500 metros da casa do Papa – se encontra a Gelateria Artigianale Padrón, de cujo exterior, num relance, se avistam duas obras artísticas: por um lado, a cúpula da Basílica de Sant Pere feito por Michelangelo e, por outro, Os sorvetes favoritos de Francesc.
Mas ao contrário do escultor italiano, sorveteiro e proprietário deste estabelecimento, Sebastião Padrón, nasceu na Argentina. Mais concretamente, no município de Los Hornos, na província de Buenos Aires, em 1973. O compatriota do pontífice não hesitou, depois de inúmeras tentativas de ganhar a vida em vários mundos profissionais e de abrir o seu negócio em 2018, em promover seus produtos ao Papa, que ele considera apenas mais um vizinho. “Cheguei na casa dele com uma variedade de sorvetes para ele provar e logo depois Recebi uma carta escrito por ele mesmo e me agradecendo”, destaca Padrón. Uma carta que desde então está emoldurada dentro da sorveteria.
“O Papa adora meu doce de leite com limão e manga”
A surpresa para Padrón veio quando, no final de 2020, “quando quase ninguém passou por esta rua quando nos encontramos no meio de uma pandemia”, uma chamada feita diretamente ao estabelecimento revelou que atrás da linha telefónica estava o Papa, que o convidou para vê-lo com a sua família.
“Dito e feito”, diz este argentino. Fomos lá e conversamos com ele por meia hora.” Naquele encontro, os presentes foram mútuos, mas um adquiriu mais relevância do que qualquer outro: “Ao partir, Francisco garantiu que o presente que mais apreciava era desenho da minha filha [aleshores amb sis anys]”.
Desde o primeiro contato que Padrón e Bergoglio tiveram, as encomendas – e os presentes tipicamente argentinos feitos pelo empresário – que passam da gelateria romana para o Vaticano são quase semanais. “Ainda ontem, por exemplo, seus colaboradores vieram procurar um novo”, explica do mesmo negócio, onde é notável a presença de eclesiásticos clientes desde que a relação papal com os gelatos de Padrón se tornou de conhecimento público. Só falta a cereja do bolo: que o Papa compareça lá pessoalmente.